cobra
sf (lat colubra)
1 Zool O mesmo que serpente, acepção 1.
2 Zool Denominação dada pelos europeus às espécies asiáticas, venenosas, da subordem dos Ofídios e pertencentes ao gênero Naja. Voz: assobia, chocalha, guizalha, ronca, sibila, silva.
3 Objeto de forma semelhante à da serpente.
4 Pessoa de má índole.
5 Folc Uma das danças do fandango rural paulista (Itanhaém)
6 Folc Segundo a crendice popular, há duas espécies de cobras: as de sangue frio, que são venenosas, e as de sangue quente, sem veneno; ambas governadas por São Bento
adj e s m+f gír Diz-se da, ou a pessoa de valor, que tem muitas qualidades, hábil
C.-capim: serpente não peçonhenta, da família dos Colubrídeos (Leimadophis poecilogyrus), de cor geral verde; cobra-de-lixo
C.-cascavel: o mesmo que cascavel. C.-cega: nome de vários anfíbios da ordem dos Gimnofiônios, entre os quais a espécie Siphonops annulata é a mais conhecida, porque ocorre em todo o Brasil; minhocão, mãe-de-saúva, cobra-pilão
C.-cipó: a) nome de várias cobras, compridas e delgadas, semelhantes a cipó, pertencentes a diferentes gêneros; b) serpente da família dos Colubrídeos (Chironius carinatus), de cor verde-azeitonada, fina, semelhante a cipó, não peçonhenta; acutibóia, acutimbóia, cutibóia, cutimbóia, sacaibóia
C.-coral: a) nome comum a várias serpentes proteróglifas, peçonhentas, da família dos Elapídeos, geralmente pequenas, ornadas de anéis vermelho-coralinos, pretos, amarelos, com pouco branco, os quais se alternam de maneira diversa; também chamadas corais-verdadeiras; b) nome genérico de diversas espécies de serpentes também peçonhentas, da família dos Colubrídeos, iguais no desenho às da acepção anterior. São as espécies chamadas corais-falsas, anatomicamente incapazes de inocular seu veneno, por serem áglifas
C.-cuspideira: cada uma de duas serpentes venenosas da África, do gênero Naja, que, quando irritadas, cospem sua saliva venenosa contra a vítima, visando os olhos, podendo causar cegueira
C.-d’água: nome comum a várias espécies de serpentes da família dos Colubrídeos, dos gêneros Helicops e Liophis. Recebem esse nome em virtude de seus hábitos quase exclusivamente aquáticos
C.-de-capelo: serpente muito venenosa (Naja naja ou N. tripudians), das regiões quentes da Ásia, especialmente Índia, com marcas pretas e brancas, em forma de óculos, no capuz dilatável. Alcança cerca de 2 m de comprimento
C.-de-duas-cabeças: reptil da família dos Anfisbenídeos (Anphisbaena alba), cuja cauda se parece com a cabeça, daí a razão de seu nome; ibijara, anfisbena. Por encontrar-se freqüentemente nos formigueiros, também se conhece por mãe-de-saúva. C.-de-espada: nome pelo qual se conhece no Nordeste a jararaquinha-do-campo. C.-de-lixo: o mesmo que cobra-capim. C.-de-óbidos: cobra-grande
C.-de-oco: cobra venenosa que, segundo a lenda, só ataca e morde nas encruzilhadas. C.-de-vidro: reptil da família dos Angüídeos (Ophiodes striatus), que possui a faculdade de se partir em pedaços, daí a razão por que lhe chamam também quebra-quebra. C.-do-ar: significado da palavra indígena jequitiranabóia (cobra que voa)
C.-facão: nome que, no Estado do Rio, dão à cobra-verde, acepção a
C.-grande, Folc: segundo o mito, grande cobra preta, a boiúna, devoradora de crianças e adultos que se banham no rio Amazonas; também a chamam de cobra-de-óbidos e cobra-maria. C.-lisa: serpente inofensiva, da família dos Colubrídeos (Liophis miliaris), de cor verde carregada, muito conhecida no Rio Grande do Sul. C.-maria: cobra-grande
C.-nariguda: serpente não peçonhenta, da família dos Colubrídeos (Lystrophis dorbygnyi), de cor cinzenta e manchas castanhas; jararaca-da-praia C.-norato, Folc: mito amazonense; é um belo jovem, de nome Honorato, encantado sob a forma de serpente, que em certas noites se desencanta e vai aos bailes dançar. Se alguém lançar gotas de leite humano na boca da cobra-norato, cessa o encantamento
C.-nova: serpente não peçonhenta, da família dos Colubrídeos (Eudryas bifossatus), de cor amarelo-carregada; jararaca-do-banhado, jararacuçu-do-brejo
C.-papagaio: o mesmo que ararambóia
C.-pilão: o mesmo que cobra-cega
C. preta: o mesmo que muçurana (Pseudoboa-cloelia)
C.-verde: a) serpente da família dos Colubrídeos (Philodryas olfersii), de cor verde, não peçonhenta; cobra-facão; b) serpente da mesma família (Philodryas aestivus), de cor verde, não peçonhenta; boibi, boiobi. Comer cobra: estar de mau humor
Dizer cobras e lagartos: fazer referências desagradáveis e injuriosas
Ficar (alguém) como cobra que perdeu o veneno: ficar furioso. (Esta expressão nasceu da crença de que as cobras escondem seu veneno, antes de beber água, ficando extraordinariamente agressivas, quando, por qualquer motivo, não o encontram.) Matar a cobra e mostrar o pau: afirmar alguma coisa e prová-la.